quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Legalização dos Prostíbulos :*

  Na cultura silvícola de algumas regiões, inclusive no interior da AmazôniaBrasil, e em algumas comunidades isoladas, onde não há a família monogâmica, não existe propriedade privada e por conseguinte não existe a prostituição: o sexo é encarado de forma natural e como uma brincadeira entre os participantes. 

 Já onde houve a entrada da civilização ocidental o fenômeno da prostituição passa a ser observado com a troca de objetos entre brancos e índias em troca de favores sexuais, sendo assim, evidente a origem externa da prostituição no Brasil, meio auxiliar de exploração aos longo de anos de colonização e causa da disseminação de muitas doenças, porém de uns 500 anos pra cá muita coisa mudou, sim, hoje um local de lazer para os homens, que na grande maioria das vezes é escolhido por preferência no ambiente e na "qualidade do atendimento" muito mais do que pela simples vontade de sexo, e um dos poucos lugares onde ser heterossexual ainda é normal.






 Numa demonstração de senso histórico e ético, e pelo fim da hipocrisia nossos ilustríssimos da Comissão do senado de reforma do Código penal , propõem a extinção das penas à donos de prostíbulos.

 Hoje a pena para dono de prostíbulo implica em reclusão de 2 a 5 anos, mais multa, já a prostituição em si, não é criminalizada nem prevista em código penal.

 O que estes especialistas propõem é acabar com um fenômeno chamado por vezes de "cinismo" penal, já que o funcionamento dos prostíbulos se mantem à tantos anos e estas leis só servem hoje de respaldo à policiais corruptos que visam extorquir dinheiro destes empresários do entretenimento.





 Poupo aqui de se manifestarem os falsos moralistas, posto que o prostíbulo é lugar de lazer e entretenimento, e que sempre é procurado por preferência e não necessidade.E quem nunca visitou as "primas" ou quis faze-lo atire a primeira pedra.

 O Sr. Procurador Luiz Carlos dos Santos mostra uma proposta moderna, gostaria que tudo que é moderno fosse bom, posto que a melhor maneira de se lavar dinheiro de tráfico sera nestes prostíbulos, onde nenhum homem é burro o suficiente pra usar cartão ou cheque, onde não existe forma de presumir valores ou fazer projeções , muito menos auditoria.

 Deixando claro que nada contra a prostituição eu tenho, mas a legalização dela à colocara sob administração de pessoas de índole duvidosa, afim de utilizarem se da estrutura administrativa deste negócio para obterem concessões e privilégios, e não mais sob a égide destes empresários que até hoje às mantem.  

  É evidente o problema de cinismo no código penal, não só neste âmbito, porem, a legalização das casas traria uma dimensão muito maior a todo o problema e deixaria a situação totalmente sem controle contábil, e se sabe que neste país , aonde não tem controle contábil, tem sonegação e lavagem de dinheiro, que o diga Carlinhos Cachoeira.

 Eu fico imaginando o dialogo destes ilustres senhores, no amago de suas reflexões a nosso respeito, deve ser tipo: 

 - Pronto já tiramos os valores morais deste povo, e agora, vamos posar de bons moços e em nome do fim da hipocrisia vamos legalizar todos os crimes que eles se convenceram de ser banais.

 - Logico assim poderemos exercer mais poder, arrecadar mais impostos e limpar nosso dinheiro tão sujinho...


 Legalizar as casas traria uma dimensão muito maior a tudo isto, mas esse pessoal progressista pensa no que faz, eles estão na luta , tentando legalizar o aborto, as drogas e a prostituição e eu aqui na minha insignificância criticando esse pessoal de tão boa fé.


Curiosidades: 

No Egito antigo, na região da Mesopotâmia e na Grécia, via-se que a prática tinha uma ritualização. As prostitutas, consideradas grandes sacerdotisas (portanto sagradas), recebiam honras de verdadeiras divindades e presentes em troca de favores sexuais.




3 comentários:

  1. Você escreve muito bem, parabéns!
    Gostei especialmente do trecho " o funcionamento dos prostíbulos se mantem à tantos anos e estas leis só servem hoje de respaldo à policiais corruptos que visam extorquir dinheiro destes empresários do entretenimento".
    Mas discordo de seu posicionamento de utilizar-se de ironia para falar dos sujeitos que promovem as mudanças na lei.
    Penso que a concepção de "Bons Costumes" tem sido substituída por uma concepção de "Respeito aos Direitos Humanos".
    Tal mudança se vincula a uma proposta mais democrática onde a lei evite a patologização de certos grupos sociais. Ao menos no discurso.
    Enfim, é bom ver pessoas como você, que são partidárias do discurso tradicionalista que se permite olhar para coisas que são colocadas contra seu posicionamento!

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  2. Agradeço sua participação Arthur!

    Talvez eu não seja tão tradicionalista quanto você acha...

    Utilizei-me de ironia por sentir que a liberdade de expressão ultimamente esta sendo meio criminalizada.

    Sabe que esses dias eu vi Roberto Justos dizer uma coisa.

    "Chamar loira de burra tudo bem, todos sabem que loira ser burra é brincadeira, agora, chamar negro de macaco é pejorativo"

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  3. Não digo que a sua pessoa seja tradicionalista, mas sua opção parece ser conservadora, não? Ciente da problemática, mas, ao menos nesse caso, propondo recorrer aos bons costumes.
    Penso que você faz juízo de valores do aborto, das drogas e da prostituição, não? E é contra, certo? Não que eu também não faça. Eu lutaria em um caso pessoal contra o aborto (como já fiz), nunca tive curiosidade nem de experimentar cigarro de tabaco (o normal) e prostitutas nunca estiveram em minhas taras. Contudo, esses juízos restrinjo a mim. Pela minha forma de pensar, me imagino sendo a favor do aborto, embora não o seja hoje. Mas daí a ser favorável a uma posição a ser imposta legalmente a toda população, na medida em que não for consultado, não tomarei nenhuma medida, não realizarei nenhuma ação contra nem a favor. Quanto às drogas, acho um assunto delicadíssimo. Quanto à prostituição sou mais favorável. Me sinto menos incomodado com uma atuação jurídico-policial frente a essa prática de forma a garantir os direitos humanos, como já é uma política que vem sendo implantada, como a legalização das profissionais do sexo.

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